Review Electro-Harmonix Stereo Electric Mistress
20 de julho de 2012 § 7 Comentários
Deve parecer estranho um blog que promove artigos relacionados à síntese subtrativa promover um conteúdo relacionado a um efeito externo produzido para guitarra, mas isso é totalmente justificável. Na busca de um som singular e próprio, investi em alguns pedais de guitarra e os resultados foram surpreendentes.
Planejo construir um artigo com maiores detalhes sobre o uso de efeitos externos e sintetizadores, e neste início de conversa coloco um pequeno review deste interessante pedal do ponto de vista de um tecladista/sintesista. Não sei exatamente em que classe de efeitos colocar o Stereo Electric Mistress (SEM), mas posso dizer que se trata de um efeito de modulação que mistura flanger e chorus.
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Construção
Quem lê qualquer review exposto neste blog percebe que a qualidade de construção é algo importante para mim. Acho que ao pagar um valor caro por qualquer coisa, devemos prezar pela qualidade e durabilidade do objeto. O SEM apresenta uma qualidade de construção boa, e diria que possui uma durabilidade longa.
O pedal é composto por uma caixa externa totalmente de metal, entrada e saídas (stereo) de qualidade, assim como knobs muito bem construídos. O switch é sólido como uma rocha e parece indestrutível! Uma coisa que peca um pouco é a qualidade da “pintura” da superfície do pedal, que parece desgastar com o tempo (algo imaginável, já que se trata de um pedal “quase-boutique”, fabricado em quantidades não ilimitadas).
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Sonoridade
É interessante ver como um pedal pode proporcionar um efeito limitado, se comparado a um computador, mas que te proporciona tudo o que procura. O SEM possui uma combinação interessante entre flanger e chorus, podendo escolher a intensidade de cada um, e compartilhando o rate. De forma geral é bem simples de usar, já que possui apenas 3 knobs, que modificam os parâmetros acima.
Em primeiro lugar, fiquei surpreso em perceber que ligar o pedal não tive perda alguma do sinal e nem mesmo corte de graves ou algo semelhante. O pedal funciona muito bem em praticamente todas as frequências e a qualidade é a mesma em graves e agudos. Não vou entrar no mérito de discutir se é ou não analógico, mas não possui true-bypass.
Em termos de som, o flanger varia desde algo bem sutil até o mais típico, e possui também um controle de filter matrix, que funciona dando o som característico de um flanger sem ser modulado, produzindo sons metálicos muito interessantes – pra mim, uma das características mais singulares do pedal.
O chorus é o mais básico possível e não diria que é o melhor que existe. De certa forma, oferece a sonoridade típica de um chorus sem permitir grandes edições. O que realmente torna este pedal muito bom é a união entre os dois efeitos, obtendo resultados que não são conseguidos apenas conectando um pedal dedicado de cada efeito em série ou paralelo. É um som quente e realmente singular.
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Conclusões
Utilizar efeitos externos com sintetizadores analógicos é uma ótima idéia e deve ser explorado por todos. Durante algum tempo pude explorar efeitos vindos de software/plugins que reproduziam sons bons e permitiam uma ampla gama de sons. Não sei explicar bem o porquê, mas ao utilizar um teclado pela primeira vez com um bom pedal como o Stereo Electric Mistress fui surpreendido e confesso estar bem menos satisfeito com efeitos vindos de um computador ou do V-Synth GT. Este pequeno pedal me ofereceu a sonoridade que procurava, o exato efeito observado com guitarras sem perda alguma da qualidade do sinal e nem mesmo do efeito em si em todas as frequências.
Se pensarmos em pedais para uso em geral, não seria de cara o primeiro a ser indicado. Acho que é um efeito singular e que torna a sonoridade dos flanger muito mais interessante. A união do chorus permite resultados ainda mais bonitos. O filter matrix é algo que nunca havia experimentado e achei simplesmente fenomenal. A ampla gama de sons alcançados é realmente impressionante.
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A impressão final é sua. Ouça as demonstrações abaixo e diga o que pensa!
Basicamente mostrando o som do chorus, modificando o rate e mostrando diferentes intensidades. Como falado anteriormente, não existem muitas opções de edição desse chorus.
O flanger é bem mais interessante e a sonoridade deste é bem explorada nesta demonstração abaixo. Uma das coisas mostradas é o filter matrix, onde o flanger “é parado” e os ricos harmônicos que o efeito adiciona ao som é mantido. Permite a producão de sons metálicos e agressivos.
Essa demonstração mais completa mostra o pedal de forma completa, mostrando a interação entre os dois efeitos e criando diferentes texturas ao som. Utilizei um timbre bem agressivo para mostrar melhor a sonoridade do pedal.
Só por referência, na música Airlane, do Gary Numan, ele usa, salvo engano, um mxr flanger no polymoog (o famoso timbre vox humana).
E nas string machines o chorus era também parte constituinte mesmo do timbre.
Bela demo, os produtos da EHX me parecem ser muito bons mesmo.
Muito obrigado pelo comentário!
Interessante você falar desses timbres. Estou planejando um artigo sobre o uso de pedais com teclados e esses timbres são uma boa sugestão para demonstrações.
Os produtos da EHX são realmente muito bons!!
Muito bom. Seu review (como de costume) é nota 10! Descreveu e explorou o pedal maravilhosamente. 😀
Muito obrigado amigo. Vou tentar manter sempre nesse nível!
Muito interessante a experiência! Achei bem explicado e bem demonstrado. (Apesar do áudio ser meio grande, mas tudo bem). Gostei demais do blog!
Obrigado amigo! Acho que o áudio grande pode ser um problema, mas ao mesmo tempo mostra modificações sendo feitas e permite a exploração de toda a capacidade do equipamento em apenas 1 arquivo.
Espero que continue visitando! Abraço
[…] Review Electro-Harmonix Stereo Electric Mistress Quem diria que um pedal de guitarra faria tanto sucesso? No mínimo interessante! […]